quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PÔR DO SOL

Governo vai alterar área de unidade ecológica para regularizar condomínio Pôr do Sol.


                           Para regularizar o Condomínio Pôr do Sol, em Ceilândia, e, assim, levar infraestrutura a uma das áreas mais carentes do Distrito Federal, o governo vai alterar a poligonal de uma unidade ecológica da região. As mudanças nos limites da área de relevante interesse ecológico (Arie) JK já estão em discussão e o projeto deve ser concluído em até dois meses. No último sábado, representantes do GDF e da comunidade se reuniram para debater medidas que acelerem o processo de regularização. A maior preocupação dos moradores é a falta de infraestrutura: apenas três das 27 quadras do condomínio têm rede de esgoto. Sem asfalto, quem vive no Pôr do Sol precisa conviver com a poeira e com a lama diariamente.

                          As alterações na poligonal são necessárias porque mais de 60% das casas do parcelamento irregular estão dentro da Arie JK. Hoje, cerca de 12 mil pessoas vivem no Condomínio Pôr do Sol. A gerente do Grupo de Regularização de Parcelamentos do GDF (Grupar), Lene Santiago, diz que o trabalho está avançado. Resolvemos fazer essa análise por conta das dificuldades ambientais. É preciso tocar o processo de regularização com respeito ao meio ambiente e buscando o melhor desenho urbano para que possamos oferecer uma moradia de qualidade à comunidade, comenta Lene. Ela explica que, apesar das mudanças na poligonal, muitas casas terão que ser demolidas. Estamos fazendo um estudo para definir o número de famílias que deverão ser removidas. Até porque há casos de pessoas vivendo em área de risco, justifica a gerente do Grupar.

                             A Arie JK foi criada pela Lei nº1.002, de janeiro de 1996. A finalidade da implantação dessa unidade ecológica era proteger o cerrado e os recursos hídricos da bacia do Ribeirão de Taguatinga, desde as nascentes dos córregos Cortado e Taguatinga até o encontro com os córregos do Valo e Gatumé. Essa área de relevante interesse ecológico já tem plano de manejo, elaborado e aprovado há seis anos. O estudo que define as atividades permitidas dentro da área foi realizado como compensação ambiental pelas obras de pavimentação da via que ligará Ceilândia e Samambaia. As obras da rodovia estão paradas, mas elas ficam dentro da Arie JK.

Adequação

                              Entre as diretrizes do plano de manejo da área está a revisão dos contratos de concessão assinados com chacareiros que arrendaram terrenos no local. O objetivo é adequar as atividades às determinações da legislação ambiental. Além disso, falta infraestrutura. A presença de lixo, mato e entulho é outro problema da Arie JK que terá de ser resolvido durante a execução do plano de manejo.

                             O projeto de alteração da poligonal da Arie JK define áreas com grande declividade e diferencia o potencial de drenagem do solo em vários pontos da área ecológica. Também há detalhes como o potencial erosivo dos terrenos e indicações sobre pontos que já têm alto grau de erosão. De acordo com o levantamento do Ibram, os recursos hídricos da Arie JK têm elevada importância para o Distrito Federal e há na região sítios arqueológicos.

                             A comunidade do Condomínio Pôr do Sol está otimista com as discussões sobre as alterações na poligonal da Arie JK, que poderão propiciar uma regularização mais rápida. A prefeita comunitária do Pôr do Sol, Leni Ângela Gomes Rabi, participou da reunião do último sábado, com representantes do governo. A nossa regularização depende da mudança da poligonal. Assim, será mais fácil o governo trazer infraestrutura, asfalto, água e esgoto, que são hoje as nossas grandes necessidades, comenta.

Helena Mader - Correio Braziliense
Publicação: 21/09/2011 09:37 Atualização: 21/09/2011 09:37

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