terça-feira, 10 de novembro de 2015

Taxi-carroça


Carroças viram táxi no Sol Nascente.

DFTrans informa que ônibus não circulam em locais sem pavimentação.Carroceiros também trocam caronas por contratos para serviços de frete.


Com baixa oferta de ônibus e tendo ruas esburacadas, uma vila do Distrito Federal tem carroças atuando como táxis – moradores pagam R$ 2,50 para conseguir chegar a trechos onde motoristas de transporte públicos se recusam a acessar. O DFTrans informou que a região é atendida por uma linha, mas que os condutores de micro-ônibus não circulam onde não há asfalto para não prejudicar a operação nem pôr em risco os passageiros.
O carroceiro Fernando Pereira, de 34 anos, conta que oferece carona quando é contratado para fazer frete. O homem trabalha de 7h às 17h e reclama das condições das vias da Vila Madureira, no Trecho 01 do Setor Habitacional Sol Nascente. O problema na Vila Madureira, no Sol Nascente, em Ceilândia, é considerado antigo. A Novacap diz que vai enviar técnico para avaliar a situação e afirmou que incluirá a região na programação da operação para tapar buracos.
O carroceiro Fernando Pereira, de 34 anos, conta que oferece carona quando é contratado para fazer frete. O homem trabalha de 7h às 17h e reclama das condições das vias da Vila Madureira.
"Quando me contratam para entregar alguma coisa como, por exemplo, [transportar] materiais de construção, eu sempre dou uma carona. Não peço dinheiro, sabe? Temos que nos ajudar. Já reclamei várias vezes na Administração Regional de Ceilândia sobre a condição da vila, e eles não mudam nada", disse.
Para chegar ao trabalho, o gesseiro Sérgio dos Santos, de 24 anos, apela para os carroceiros. Ele diz que, quando chove, a situação piora e fica caótica.
"Infelizmente não existem ônibus e nem paradas de ônibus na nossa região. Com a chuva, os buracos triplicam de tamanho e o caminho fica quase impossível e até mais perigoso", declarou. 
A dona de casa Cristiane Viana, de 23 anos, caminha todos os dias por uma hora para levar os filhos à escola. Ela diz que diversas reclamações ao DFTrans já foram feitas. Entretanto, segundo a mulher, a oferta de ônibus está cada vez menor. 
"É surreal ter que andar uma hora por falta de ônibus. Meus filhos já chegam cansados no colégio. Muitas vezes, tenho que contar com a boa vontade de alguns motoristas que me dão carona ou até dos carroceiros. O ônibus só entra aqui [Vila Madureira] quando tem vontade e na hora que quer. É um absurdo."
De acordo com o DFTrans, o contrato de construção de paradas de ônibus está em licitação. A previsão é de que, até o início de 2016, as obras tenham início.
O carroceiro Celso Ferreira, de 30 anos, diz que a falta de asfalto e o excesso de buracos nas ruas também o prejudica. Ele diz que os veículos acabam quebrando com frequência, afetando o serviço.
"A região não tem infraestrutura. Os ônibus se recusam a entrar nos trechos. Sempre vejo pessoas nas paradas e elas não conseguem pegar um transporte, acabam desistindo. O governador Rodrigo Rollemberg tem que nos acudir. Enquanto isso, vou dando carona e ajudando quem posso."

Jéssica Nascimento
Do G1 DF

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