sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SOL NASCENTE

Realidade é ainda pior

Segunda maior favela do País não tem coleta de lixo
regular e nem infraestrutura.
Ana Paula Andreolla
ana.fernandes @jornaldebrasilia.com.br


                  A situação do Setor Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia, é ainda pior do que a descrita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que classificou a área como sendo a segunda maior favela do País, atrás apenas da Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo a Administração Regional de Ceilândia, responsável pela área, a “favela” é maior do que mapeou o IBGE e os índices de saneamento básico apontados pelo órgão não condizem com a realidade.            
                  De acordo com a administração, apenas 5% das 110 mil pessoas que vivem no Sol Nascente possuem coleta de lixo regular. O IBGE aponta que a população estimada do setor habitacional é de 56,5 mil pessoas e que mais de 90% delas teria o lixo recolhido de maneira adequada. Mas a administração regional afirma que a informação não condiz com a realidade, pois 33% da população ainda precisam jogar o lixo em pontos de coleta distantes da residência e 14% depositam o lixo doméstico em terrenos baldios. E a situação deve continuar assim no mínimo pelos próximos dois anos, pois os caminhões de lixo não conseguem circular na região.
                  A maior parte do Sol Nascente não é asfaltada e as erosões aumentam no período de chuvas. Se para carros pequenos fica complicado transitar pelo setor habitacional, para caminhões pesados a tarefa é tida como impossível. “Até daria para realizar a coleta regular em algumas ruas no período da seca, mas somente nesse período. Depois fica complicado”, explica o gerente Regional de Condomínios da Administração de Ceilândia, Ronaldo Vinhal da Rocha.
  Redes Pluviais
 
                    Para asfaltar o setor habitacional, primeiro é necessário que se faça a instalação de esgoto e das redes pluviais na cidade. A obra começou no último dia nove e tem previsão de 21 meses de duração. Até lá, nada de asfalto ou coleta de lixo regular nas residências.
                   Mas o lixo não é o único problema que a população do Sol Nascente precisa enfrentar diariamente. Quem vive ali sabe a dificuldade que é ter de se virar em um local que não dispõe sequer de infraestrutura básica.

Fonte: Jornal de Brasília - Caderno Cidades

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