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Moradores do Sol Nascente querem independência em relação a Ceilândia

Na avaliação deles, o lugar receberia mais atenção da sociedade caso ganhasse o status de região administrativa.

Almiro Marcos

Saulo Araújo

Os 61 mil moradores do Condomínio Sol Nascente são unânimes em reivindicar a independência em relação a Ceilândia. Na avaliação deles, o lugar receberia mais atenção da sociedade caso ganhasse o status de região administrativa. “É difícil entender por que um condomínio desse tamanho não é emancipado. Enquanto o GDF não transformar isso aqui em cidade, continuaremos à mercê do que sobra de Ceilândia”, avalia o líder comunitário e mantenedor do blog Sol Nascente Hoje, Carlos Botani. Apesar disso, não há qualquer projeto de governo nesse sentido.

Ainda carregando o título de invasão, a segunda maior favela da América tem vida própria — a mais populosa é a Rocinha, com 70 mil habitantes, segundo dados oficiais. Até 1998, a região era ocupada por chácaras. Em 1999, no início do segundo mandato de Joaquim Roriz como governador do Distrito Federal, começou a atuação dos primeiros grileiros. Eles parcelavam glebas e vendiam sem qualquer autorização. Porém, a explosão da especulação imobiliária irregular no setor ocorreu em 2004, ainda no governo Roriz. O resultado é a falta de infraestrutura básica.

A tímida fiscalização à época levou milhares de pessoas a se instalarem no lugar. Em maio de 2011, com a favela já instalada, o GDF criou o Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo, órgão da Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops). O principal alvo de repressão dos fiscais é o Sol Nascente. Nos últimos dois anos, foram 2.567 edificações ilegais erradicadas em 318 operações. Grileiros também passaram a ser monitorados. Em 2 de fevereiro, dois deles acabaram presos. Segundo as investigações conduzidas pela Seops e pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema), a dupla era responsável pela venda de 1,2 mil lotes na região. Teriam lucrado com a atividade clandestina mais de R$ 6 milhões.

Condomínio Sol Nascente é um terreno fértil para políticos.

Os grandes incentivadores da consolidação do local foram o ex-deputado Júnior Brunelli (sem partido) no governo de Joaquim Roriz (sem partido).

O Condomínio Sol Nascente é um alvo em potencial para políticos com e sem mandato. Os grandes incentivadores da consolidação do local foram o ex-deputado Júnior Brunelli (sem partido) no governo de Joaquim Roriz (sem partido), que também teve participação decisiva nos primeiros anos da ocupação irregular. Hoje, a influência dos dois não tem tanto peso, ainda que as deputadas do clã Roriz, Liliane (distrital do PSD) e Jaqueline (federal do PMN), tenham empreendido esforços para demarcar território.

Dos políticos com mandato, os que mantêm espaço são o distrital Chico Vigilante (PT) e o seu colega de Câmara Legislativa Olair Francisco (PTdoB). Das três áreas da região, o petista tem boa base no Trecho 3, enquanto Olair detém a maior parte das atenções no Trecho 2, onde o também distrital Robério Negreiros (PMDB) vem tentando evoluir — o prefeito comunitário, Edson Batista, tem emprego no gabinete do peemedebista. Robério, que assumiu o mandato com a cassação de Benício Tavares (PMDB), tenta ocupar no Sol Nascente o espaço do ex-distrital.

Fonte: Correio Braziliense - Caderno Cidades 09/05

solnascentehoje.blogspot.com

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