quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ceilândia: Venda de Becos.

Criminosos vendiam becos de Ceilândia.

A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) prendeu cinco pessoas acusadas de fraudar programas de regularização de lotes do governo. Os suspeitos vendiam ilegalmente os becos de Ceilândia, que ainda estão em processo de regularização.

Muitos destes espaços são ocupados por policiais militares e bombeiros. Para convencer as pessoas, segundo a Decap, os acusados se passavam por policiais e diziam que a regularização seria fácil. Eles burlavam a lei 852/2012, que prevê a venda destes terrenos para as pessoas que já os ocupam. A constitucionalidade dessa legislação é contestada pelo Ministério Público (leia o saiba mais).

Utilizando esta lei, o grupo teria passado a vender os lotes aos interessados, que pagavam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. As vítimas do golpe recebiam um termo de concessão de uso falso. 

Denúncia

As investigações começaram em março último por meio de uma denúncia. Em pouco tempo, começaram a surgir vítimas que afirmavam não ter recebido seu lote.

A quadrilha era formada por pessoas de 30 a 49 anos. Segundo a polícia, os suspeitos são Victor Emanuel, Aldice Queiroz, Erivânia Viana, Veralícia Dias e Liliane da Costa, que era casada com Victor. 

Conforme a Decap, existe a suspeita de que eles tinham contatos no governo, na Secretaria de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab) e na Administração da Ceilândia. Esses contatos supostamente viabilizavam a entrega dos lotes. 

Foram identificadas 13 vítimas. Até o momento, seis delas prestaram depoimento. Somente destas pessoas, a quadrilha teria recebido cerca de R$ 170 mil. Por isso, a polícia calcula que o lucro total do grupo chegue à casa dos R$ 300 mil. A Decap não descarta a possibilidade de que mais pessoas possam ter caído no golpe.

É um golpe comum no DF, alerta delegado.

O delegado Vicente Paranahiba alerta a população para esse tipo de golpe. “Quem for comprar lotes precisa averiguar antes a situação do local, ver quem é realmente o responsável por aquele imóvel. Somente o poder público pode dizer se o lote pode ser vendido ou não. Esse é um golpe comum aqui em Brasília e todos devem tomar muito cuidado”, destacou.

Morador de uma casa nas proximidades de um beco, Alex Nascimento afirma que sempre via pessoas no local, conversando com os outros vizinhos. “Eu via sempre a movimentação. Logo desconfiei, porque eu já sabia que esses becos não poderiam ser vendidos por serem públicos. Alguns afirmavam que eram de família de policiais”, conta.

Os suspeitos foram presos em Ceilândia, Taguatinga e Samambaia. Com eles foram apreendidos computadores e documentos falsos. Todos responderão por estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso. Se eles forem condenados, poderão pegar de quatro a 14 anos de prisão. 


Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

solnascentehoje.blogspot.com

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